Meus olhos ardem de intenso pavor
Da visão daqueles meus feitos.
Fazem balançar meu céu,
Partilham minha terra,
Roem meus ossos,
pedaço a pedaço,
metade à metade,
Na louca agonia
De um ritmo louco
Que penetra a carne.
Lá ao fundo se encontra
De sangue um tantinho
Escondido do corpo
Dando-se o direito
(Daquelas leis pessoais
Nem o coração mal sabe)
De consigo esconder a vida.
Deixa, então, aquele resto
Numa desesperada batida
De quem não sabe nadar:
Sabe e vai – apodrecerá
Mais Cedo ou tarde…
A carne, sem sangue
Fará a falta precisa
Que o corpo precisa
Pra terminar de morrer
E não sei enfrentar esta onda!
Meu Pai esquecido,
Faz deste remendo
Quem sabe um dia
Um belo remédio.
Agarra pelos pulsos
Sem que caia e parta
Meus tantos ossos
Que estão à porta.
Bota em mim padrão
Me bota para amar
Sem aquela variação
E inconstância lunar
Que basta a semana
Pra mudar de cara
E nem faz de conta
Que da gente lembra.
Sei que só a sua mão
Pra parar minha perda,
E só esse seu coração
Pra perdoar este louco.