Eu sou o fogo.
Operar purificante,
línguas sedentas
sobre o ferro
que endurece –
não sem antes amolecer.
Impacto imperioso,
penoso,
que limpa.
Eu sou a água.
Não um rio, nem
uma bica
- uma torrente.
Os limiares da
terra e céu,
o engenho
silencioso de toda gente.
Sou eu que mato
- para dar vida.
Eu sou a terra.
Os fundamentos de
toda existência,
as torres brancas
silenciosas
e o pó – sim.
Do pó retiro minha
imagem
e semelhança.
Eu sou o silêncio.
Incontrolável,
inapreensível.
A mudez de toda
gente;
e o barulho da
alma.
Sou aquele que é
achado
não na divina
calma,
mas quando se está
calado.