Esta história começa com uma menina triste. Mas peço, caro leitor, que não fique triste por ela. Não quero dizer que ela é uma má menina, que não merece compaixão (se é assim que a compaixão funciona), mas digo isso porque, como você poderá perceber no decorrer da história, a sua tristeza será motivo de alegria. Não sei se vocês já tiveram esta impressão, mas me parece que muitas das coisas ruins que vivemos mais adiante serão transformadas em riso, desde aquele momento constrangedor que passamos na frente das outras pessoas até decisões inicialmente ruins, mas que renderão bons frutos. Esse é o caso de Lily, que está chorando silenciosamente porque seu pai aceitou um novo emprego na cidade (o que seria uma ótima notícia, se isso não resultasse no abandono da maravilhosa casa no campo onde moravam até agora). Pois é, Lily achava uma grande maldade os fazerem mudar de casa só por causa de um emprego novo, ainda mais quando sua antiga casa tem um jardim enorme com uma linda árvore com um balanço e uma casinha rosa repousando na grama, onde Lily guardava seus brinquedos favoritos e vivia grandes aventuras. Ela imaginava que morariam num apartamento apertado e sujo, com ratos em todos os quartos que não iriam a deixar dormir e um intenso barulho de cidade – seja lá o que isso significa. Foi assim que Lily viu pela última vez a sua casa no campo: com lágrimas nos olhos, sendo consolada pela mãe.
19.4.10
17.4.10
Sem título
Eu, insustentável ser,
Descobri teu amor
Quando vi teu querer.
Mesmo eu cheio de dor,
Vaso velho estilhaçado,
Cidade pobre em ruínas.
Descobri ser amado,
Quando assim me querias
Descobri teu amor
Quando vi teu querer.
Mesmo eu cheio de dor,
Vaso velho estilhaçado,
Cidade pobre em ruínas.
Descobri ser amado,
Quando assim me querias
Incoerência do Ser
Minh'alma mira meu rosto,
Mas nada encontra.
Encontra, sim,
Falas codificadas em nós;
Caretas que negam as mãos;
E pés virados,
Cada qual para seu lado.
"Que indecifrável ser é este?
Sendo aquilo que desgosta...
Fazendo o que não quer...
Na sua constante e débil luta,
Luta de si contra si mesmo,
Debatendo no ar vão movimentos,
e submergindo...
No balanço dum belo barco
Que há muito perdeu sua razão".
Encontra, sim, muito...
Mas nada encontra.
Mas nada encontra.
Encontra, sim,
Falas codificadas em nós;
Caretas que negam as mãos;
E pés virados,
Cada qual para seu lado.
"Que indecifrável ser é este?
Sendo aquilo que desgosta...
Fazendo o que não quer...
Na sua constante e débil luta,
Luta de si contra si mesmo,
Debatendo no ar vão movimentos,
e submergindo...
No balanço dum belo barco
Que há muito perdeu sua razão".
Encontra, sim, muito...
Mas nada encontra.
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