Que roda e range sem parar,
Olhando o céu, sobre o mar,
Cruza o verde tocado por pássaros,
Alaranjado e constante
Na música sua de máquina,
Quente no ventre negro e sólido,
Paredes que não se contém
O coração salta sem vez
Os trilhos titubeiam e fogem de lugar,
Não quero pensar
Só quero passar
Não quero pensar
Só quero passar
O grito surdo é atendido
Na encruzilhada, diverge
Compreende a escolha solitária
Seu raciocínio muda do vício
Olhos tentar recuar
Por saudades do ar
Estabelece errados os passos,
E a dor no coração
Faz a terra tremer
Um longo e sonoro gemido é ouvido
Os giros contrários:
Rubros em fúria
E agora? E agora? E agora?
E agora? E agora?
E agora?
Há sempre um novo caminho
Uma rua justa, bela e robusta
Onde vão em paz tuas rodas