Os sonhos são a energia motriz do ser humano, pois são a
manifestação mais vívida de esperança.
O homem persegue seus desejos mais íntimos com todo seu vigor na expectativa de
que neles encontrará a paz. Enquanto trilha seu caminho, nada é capaz de o
abalar – é intenso, implacável e perseverante. Quando o caminho chega a seu
fim, no entanto, percebe a futilidade de sua busca. Aquilo pelo qual tanto
lutara não passa de uma peça decorativa: produz admiração dos outros, mas é essencialmente
vazia.
O cristão aprende que sua esperança é Cristo. Nele está a
plenitude de todas as coisas; ele é o mistério revelado do universo; a imagem
do Invisível; o fim de todos os meios e o começo de todo fim; sem ele, nada
existiria, existe e existirá. A esperança do cristão é a vinda do rei do Reino,
instaurando a paz completa nos corações humanos. Não há esperança maior. No
entanto... O cristão desaprendeu a sonhar. Desiludido dos aperitivos humanos de
felicidade própria, deixou de correr vigorosamente a trilha que lhe foi
confiada. A visão clara da esperança
lesou-lhe as pernas, acomodando-o em sua espera – e esta não lhe traz paz.
O Cristo dos cristãos lhes provê sonhos, marcos
tangíveis do Reino-que-há-de-vir. Não há equívoco em persegui-los. Há, sim, na
pretensa humildade de evitá-los. Avante, pequenos cristos, corram efusivamente
a jornada da vida confiantes no sucesso de seu fim. Corram destemidos, imparáveis!
Vivam a plenitude que lhes foi oferecida – agora e eternamente. A certeza da
esperança lhes será coroa, não peso. Que seu Cristo possa ser glorificado em
você enquanto aguarda ansiosamente sua glória.