Em tons claros passa o dia,
Retorcendo o laranja em azul,
Enfeitado de pingentes brancos,
Rastros dos anjos imaginários,
Caminhos de qualquer fantasia,
Que deslizam em bandos,
Como dirigíveis intocáveis.
Ao pé um verde ralo, pouco e sincero
Suporta o astro-rei na escalada solitária
(a qual nenhum homem jamais fará igual),
E dando também certeza
de que é
real
e também realeza.
Do pó vemos acima,
E do pó acreditamos.
Mais um pouco, o azul,
Na tristeza de um amor perdido,
Roxeia o laranja,
Nos últimos abraços
De uma despedida carregada,
Uma tristeza sem carga, nua e inevitável,
Cuja dor vem consolar
Pelos trovadores do ar,
Aqueles tantos que de anos caminham,
Chegando às vezes mortos...
Mas não sua música,
Interpretada sempre
Pela dama
Branca e tímida,
Que por ora, de vestido volumoso
Mostra tanto, tanto
Que nela nadamos
Não vejo harmonia,
Entre a diária sinfonia do céu
E meu ser calado,
Que enfraquece voz ao lado,
Por desgosto de ser tão destoante
Parece que o ritmo, no fim, é diferente
E deve ela mesma seguir à frente
Enquanto prendo eu no meu atraso
20.6.11
17.6.11
Daquelas injustiças
Num campo de sossego e frescor de orvalho
Eu na pressa de um oblíquo caminhar
Lembro do mover calmo das ondas do mar
Das brancas leves nuvens ao passo que passo
Vejo a nítida manifestação de vida
Da flor-sangue que convida à admiração
Solitária e tão bonita em minha mão
Que o vento, indignado, mergulha de cima
Arranca em raiva do campo e de mim as pétalas
De magnificência vermelha de flor
E o céu quase chora como não fez em décadas
Meu peito é obrigado a carregar esperança
Para um mundo onde não se cabe ou aceita
Contando piada quando alguém não alcança
Eu na pressa de um oblíquo caminhar
Lembro do mover calmo das ondas do mar
Das brancas leves nuvens ao passo que passo
Vejo a nítida manifestação de vida
Da flor-sangue que convida à admiração
Solitária e tão bonita em minha mão
Que o vento, indignado, mergulha de cima
Arranca em raiva do campo e de mim as pétalas
De magnificência vermelha de flor
E o céu quase chora como não fez em décadas
Meu peito é obrigado a carregar esperança
Para um mundo onde não se cabe ou aceita
Contando piada quando alguém não alcança
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