Ávida por mais, abriu o livro e se concentrou nas palavras. A cada segundo que seus olhos fitavam -sem piscar- o livro aberto, uma enchurrada de graça envolvia seu coração, deixando marcas e lembranças, apagando manchas e dores. Cada letra impressa em tinta preta naquele pedaço fino e insignificante de papel martelava sua mente, fazendo-a abrir-se por completo, dando vazão aos sonhos e amores. O peito não se continha, parecia explodir, mas por naturalmente não poder se despedaçar inteiro, converteu a emoção toda em lágrimas. Fechou os olhos. A alma estava saciada. A sala olhava para ela comum sorriso cativante. E descobriu também -ao secar os olhos- que o Sol também acompanhava a sala no seu gesto, além de desviar todos os seus raios rubros para a menina, formando um caminho de luzes, que parecia que a levaria à felicidade e satisfação plena. Pode ser que sim, afinal, ninguém nunca chegou ao Sol para descobrir.
Ou já chegaram?
Muitos já chegaram e voltaram à Terra, mas diferentes. Brilhavam em seus rostos e olhos. Por vezes, a brilho desaparecia -e a razão só se pode saber pelas próprias pessoas- mas sempre voltava, e continuava a brilhar mais e mais. Tudo isso porque o Sol resolveu chamar algumas pessoas para conhecê-lO.
O rosto da menina começou a brilhar. Seu coração sorriu, e seus lábios o imitaram.
As palavras desse livro são vivas, é por isso...
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