Fui ultrapassando algumas pessoas, que pareciam nem notar-lo, e chegando mais próximo ao início da multidão, reparei que a estrada a frente encontrava uma bifurcação e fiquei interessado por saber quem decidiria para onde iriamos. Quando o obstáculo aproximou-se lentamente, o grupo mais adiante parou e aquele homem começou a trilhar a passagem à esquerda e todos o seguiram. Será que era ele a razão de estarem todos fazendo aquela mesma caminhada, aquela mesma viagem? Virei meu rosto, de forma que podia ver todo o resto da multidão atrás e percebi que alguns desatentos escolheram o caminho à direita. Dentre esses, alguns ainda ouviram advertências dos amigos e corrigiram seu andar, mas outros decidiram que aquele seria um caminho melhor (não há como saber, não trilhei por ali, mas acho muito difícil aquela jornada ter sido melhor do que a minha; o porquê digo agora).
Quando voltei o olhar a frente, meus pés pararam de repente; senti como se um fino e gélido fio d`água percorresse todo meu corpo, dos dedos dos pés parando ao pescoço, entalado. Diversos pensamentos percorriam e corriam confusos na minha mente, o que fez com que eu não tivesse controle nenhum sobre meu coração, que disparou exasperada e irregularmente: O homem vinha em minha direção. Olhei para os lados e conferi que ninguém estava ao meu lado. Estava sozinho. Estava só. Em seguida não tive mais dúvidas, era para mim que ele vinha; seus olhos me miravam incansável e amorosamente. "Por que não me acompanha?" disse, seguido de meu nome (como ele sabia meu nome?) "Não sei. Eles parecem ser seus amigos, eu nem te conheço..." respondi e tive vergonha de minha resposta. "Não é essa a razão..." disse ele, por sua vez, seguido de um sorriso, que deixou tudo realmente mais fácil e confortável. Ele tinha um modo de parecer que eramos conhecidos de longa data (e talvez ele realmente já me conhecesse). Não respondi nada, não tinha resposta. "Venha, quero você por perto!" e abriu um largo sorriso, imitado por seus braços. Aceitei o convite, e o que se passou a frente não sei dizer, tudo ainda é muito novo. Sei apenas de uma paz inexplicável, um prazer incessante de poder ouvir as suas palavras. Ao longo da longa jornada, ele ainda convidou mais algumas pessoas mais para perto (as outras restantes imagno que já haviam sido convidadas), mas algumas recusaram, alegando que a caminhada já lhes pareciam prazerosa de seus lugares mesmo (não acreditei, e creio que nem ele). Mas quero descobrir mais, saber mais, conhecer mais. Quem sabe eu comece pelo seu nome...
Lindo.
ResponderExcluirAcho que ele é aquele de quem se podia ouvir os passos no jardim, ao soprar a brisa do dia...
Demais! =]
ResponderExcluirBrisa leve, tão suave e doce...