Martelar e soldar o prego
Soltar o coração na mata
Viver o que se diz que é Belo
Moer a escuridão inata
Manter o que te carrega
Soltar os olhos no claro
Erguer bandeira de guerra
Morrer para o que se diz errado
Saltar troncos de palmeira
Soltar os pés no chão mole
Correr ao longo da ribeira
Verter o céu azul num gole
Dançar a música num ato
Seguir os belos acordes
Dormir como papel dobrado
Deixar que o reino te molde
Tocar a mão de quem ama
Seguir os pés de quem sabe
Saber: sozinho não se alcança
Doar o coração em partes
Viver mais que sobrevida
Sentido em todos os passos
No pequeno se inicia
Seguir o Grande no compasso
A dança que é dança só dança
Quem um dia os pés lhe entregou
Pois vida só é vida pra quem vive
Não por si, mas pelo eterno amor
25.6.09
20.6.09
Morte de todos os dias
Tinha uma vida normal. Estudos, trabalhos, amigos, e tudo o que uma pessoa normal teria. Mas uma coisa o diferenciava dos outros: Às noites, tinha encontros com a morte. Não todas as noites, mas boa parte delas, se sentava na cama e esperava ela vir, e na maioria das vezes já sabia que ela viria aquela noite, pois seu cheiro chegava antes que sua presença. Algumas outras vezes, ela que esperava por ele, e sempre que se encontravam, o semblante dele tornava-se sério, abatido. Não chegavam nem a se tocar, e só algumas vezes eram necessárias trocas de palavras (se um dia encontrares com a morte, verás que a presença dela já fala por si só):
- Sabes, amigo, seu lugar é comigo... não mereces vida...
- Não sou amigo, não marquei encontro...
- Mas quis...
Seu descanso era no dia, pois a noite o incomodava e desgastava sua alma. E quanto mais longe da noite ficava, mais tranquilo estava seu coração. E aquelas noites em que ela não vinha, aí sim ele desfrutaca do sono, da paz, e porque não de amor...
Um dia, aproximando-se do quarto, sentiu seu cheiro peculiar, doce e venenoso. Sentiu raiva e cerrou os punhos. Não dava... Não dava para continuar assim... bateu o pé e seguiu em frente, quando abriu a porta, paralisou. A morte vinha no seu mais ludibriante disfarce, e o seduzia a uma conversa. Os olhos dele fitaram-na por mais alguns instantes e depois escaparam ao chão. Muito se passava na sua cabeça, e a lógica não mais o acompanhava. Até que um grito de socorro de uma alma aprisionada dentro dele se ouviu, nos ecos do grande buraco que aquele venenoso encontro lhe cavava todas as noites em seu coração. E da primeira vez que o som fez-se ouvir, os olhos se fecharam bem apertados, acompanhados das mãos (e da mente), e depois de passados alguns minutos, se abriram em fogo, encarando a morte com a demanda que tanto quisera quando são: "Sai..."
Ela o olhou, assutada, e tentou soltar um riso despreocupado, mas a apreensão já lhe tomara de vez. "Sai, ou..." - a ameaça se repetia.
- Ou o quê? - desafiou-o, curiosa. Mas assim que se deparou com a resposta, suas mãos seguraram-se no apoio mais próximo para não se desequilibrar, e saiu em disparada pela janela, sem antes tropeçar num tênis jogado no chão.
Assim que ela saiu, o silêncio tomou o lugar ocupado antes por tensão, e o ar ficou leve. Sentou na cama... e chorou, chorou pelos buracos já feitos na sua alma... Até que um outro cheiro entrou no quarto, e, olhando para cima assustado, teve um novo encontro com um novo alguém, que dizia "todo buraco pode ser tampado..."
"O Amor é mais forte do que a morte" Ct 8:6
- Sabes, amigo, seu lugar é comigo... não mereces vida...
- Não sou amigo, não marquei encontro...
- Mas quis...
Seu descanso era no dia, pois a noite o incomodava e desgastava sua alma. E quanto mais longe da noite ficava, mais tranquilo estava seu coração. E aquelas noites em que ela não vinha, aí sim ele desfrutaca do sono, da paz, e porque não de amor...
Um dia, aproximando-se do quarto, sentiu seu cheiro peculiar, doce e venenoso. Sentiu raiva e cerrou os punhos. Não dava... Não dava para continuar assim... bateu o pé e seguiu em frente, quando abriu a porta, paralisou. A morte vinha no seu mais ludibriante disfarce, e o seduzia a uma conversa. Os olhos dele fitaram-na por mais alguns instantes e depois escaparam ao chão. Muito se passava na sua cabeça, e a lógica não mais o acompanhava. Até que um grito de socorro de uma alma aprisionada dentro dele se ouviu, nos ecos do grande buraco que aquele venenoso encontro lhe cavava todas as noites em seu coração. E da primeira vez que o som fez-se ouvir, os olhos se fecharam bem apertados, acompanhados das mãos (e da mente), e depois de passados alguns minutos, se abriram em fogo, encarando a morte com a demanda que tanto quisera quando são: "Sai..."
Ela o olhou, assutada, e tentou soltar um riso despreocupado, mas a apreensão já lhe tomara de vez. "Sai, ou..." - a ameaça se repetia.
- Ou o quê? - desafiou-o, curiosa. Mas assim que se deparou com a resposta, suas mãos seguraram-se no apoio mais próximo para não se desequilibrar, e saiu em disparada pela janela, sem antes tropeçar num tênis jogado no chão.
Assim que ela saiu, o silêncio tomou o lugar ocupado antes por tensão, e o ar ficou leve. Sentou na cama... e chorou, chorou pelos buracos já feitos na sua alma... Até que um outro cheiro entrou no quarto, e, olhando para cima assustado, teve um novo encontro com um novo alguém, que dizia "todo buraco pode ser tampado..."
"O Amor é mais forte do que a morte" Ct 8:6
17.6.09
...
"Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you"
Ainda bem que tem alguém que não desiste...
And ignite your bones
And I will try to fix you"
Ainda bem que tem alguém que não desiste...
12.6.09
Recomeço
sub m 1. Parar de mentir para si mesmo e perceber que já é hora 2. Quando há indignação sobre seu próprio ser, mas amor a ponto de se deixar merecer melhoras 3. Parar a caminhada e observar os seus passos errados, mirar na direção daquelas conhecidas pegadas e segui-las para onde realmente se deve ir 4. Perceber que não se tem mais forças para tentar fazer o bem, vendo em si mesmo as mais horrendas marcas que jamais em sã consciência queria se causar (mas as fez... mais de uma vez) e se render por completo, morrendo mais uma vez para si mesmo 5. Popularmente conhecido como Perdão
"Aquele que pouco perdão recebeu pouco amou... Quem muito ama, muito foi perdoado."
8.6.09
Alguns Fios Soltos
Entender o que se passa. Que essas letras, essas simples letras, essas mesmo que passam rapidamente por nossos olhos, cada uma delas, cada uma foi separada. E no desespero de se fazer o certo ou o não-errado, algumas escapamh e cfausamj congfusãob.
Acabei de escrever mais algumas, mas já as apaguei e nunca mais se saberá o que existiu nesse mesmo espaço.
Tenho que dizer: as coisas nunca fizeram tanto sentido.
Por mais que fujam
Não se perdem
Pois cada uma delas
Correu para onde devia ir
Para sua cama,
Seu repouso,
Pra depois partir.
As letras se encaixam no mais ordinário gesto. Num simples comando de voz. Voz inaudível, devo dizer. Mas uma voz que carrega as palavras num rio de harmonia, um rio sem aparente direção, mas que vai exatamente onde pretende: para todos os lados.
Tenho que dizer: vidas mudam
E elas inundam,
Carimbam,
Não respeitam.
Ainda bem
Se fazem de bobas,
Entorpecem, obedecem
E não temos mais chance
Ainda bem
E assim se fez um simples raiar de dia. Sorrisos molhados de olhos tropeçavam-se uns nos outros. Não se sabe dizer o que existia ali, vi somente gente, mas senti mais. A música enchia o ambiente e o coração. A cabeça não mais funcionava, porque nada mais a preocupava, apenas queria curtir a alegria. Os pés? Ah, eles já dançavam sozinhos (E para aqueles mais acanhados, pelo menos marcavam compasso com batida no chão). Algumas confissões (de amor, lógico). Nenhum rumor ou dúvida. Agora, entendi.
Só se entende, quando se conhece o Dono das Letras
5.6.09
Graça
O vento estava estático e não se ouvia quase nada, com exceção de dois pássaros que se cantarolavam quase apaixonadamente. O céu estava claro e sem nuvens e, com o calor do Sol batendo em seu rosto, moveu-se em direção ao trabalho (afinal, o tempo não parou por sua causa). Passou por uma árvore. Altiva e bela, erguia-se ante o teto azulado. Percebeu nela algo que o acompanhava também, que o fazia crescer, não importa os invernos que chegassem. Soltou no ar um sorriso e marcou passo. Estava vivo.
3.6.09
(des)Graça
Acho incrível como pontos conseguem se divertir! Tem tanto o que fazer, e se é tão pequeno. Mas mesmo assim... Há música, mesmo que não se mereça. Há goiabas, mesmo que seu gosto seja tão supremo. E os pontos aproveitam, sem nem perceberem seu tamanho. O quanto se é permitido e o quanto se torna pura insolência?
[...]
Sou um ponto
A mim foi-me permitido viver. E muito mais.
Só não me deixo.
Desleixo.
Mato-me por dentro, mas não quebro as barreiras.
[...]
Sou um ponto
A mim foi-me permitido viver. E muito mais.
Só não me deixo.
Desleixo.
Mato-me por dentro, mas não quebro as barreiras.
Quebre-as por mim...
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